16 - Igreja Matriz de Nossa Senhora
da Consolação e Correia – Santo Agostinho – Belo Horizonte - MG – Arquidiocese
de Belo Horizonte – MG
Esta
igreja matriz está situada na Rua Bernardo Guimarães, 2700.
Por
volta do ano de 1960, os frades agostinianos, solicitaram ao, então, senhor
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom João Rezende Costa, que se
implantasse uma nova paróquia na capital, objetivando ampliar o raio de seus
serviços, espirituais e sociais. Dessa forma, em 31/12/1960, foi criada a
Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, no bairro Santo Agostinho,
tendo como primeiro pároco, o Frei Guilherme Rubio.
A
devoção a Maria com o título de Nossa Senhora da Consolação e Correia surge nos
primórdios do cristianismo: na Judéia era costume que as
mulheres, desde pequenas, andassem cingidas com uma correia, como símbolo de
pureza. A Santíssima Virgem, como toda judia, também usou a correia durante
toda sua vida, sendo com a mesma enterrada. Para mostrar aos fiéis quanto lhe é
grata a devoção à sagrada correia, a Mãe de Deus tem-se manifestado por
diversas maneiras e realizado inúmeros prodígios. Por ocasião de sua morte,
narra a tradição, achavam-se, reunidos junto dela, e receberam as suas últimas
palavras e despedidas, todos os apóstolos, exceto São Tomé, que, estando muito
longe, chegara três dias depois. Estando sepultada a Santíssima Virgem, ficou
ele tristíssimo e teve grande desejo de vê-la ainda uma vez. Os apóstolos, que
ainda velavam o sepulcro, removeram a pedra que o fechava, para atender ao seu
pedido. Com espanto geral, viram que o corpo de Nossa Senhora não se achava
ali, encontrando-se apenas suas vestes e a correia no meio de rosas que
exalavam suave perfume. O apóstolo Tomé venerou com muito respeito as relíquias,
que ficaram guardadas na mesma sepultura. Por devoção, e como lembrança da Santíssima
Virgem, usou, desde aquele dia, uma correia e com ela realizou extraordinários
prodígios.
Passados muitos anos, um novo acontecimento veio
acentuar a fama da santa correia: Juvenal, patriarca de
Jerusalém, encontrou, no sepulcro da Santíssima Virgem, sua correia, e a
Imperatriz Santa Pulquéria a fez transportar para Constantinopla, colocando-a
numa igreja de Nossa Senhora, construída para este fim. A piedade da princesa
contribuiu para que se aumentasse a devoção à correia de Nossa Senhora entre os
fiéis da igreja grega, na qual se estabeleceu a festa de sua Invenção e outra,
da sua Trasladação. Este culto continuou por muito tempo, pois, São Germano,
Patriarca de Constantinopla, pelos anos 720, escreveu e pronunciou diversos
sermões em honra da correia de Maria, citando vários milagres sucedidos pelo
seu uso. Num dos sermões, diz o seguinte: “Não é possível olhar nossa venerável
Correia, ó Santíssima Virgem, sem sentir-se cheio de gozo e penetrado de
devoção.”O Monge Eutimio, que viveu pelos anos de 1098, pregando sobre ela,
dizia: Nós veneramos a santa correia, vêmo-la conservar-se inteira depois de
novecentos anos: cremos que, de fato, a Rainha do Céu cingiu-se com ela.
Como mãe da Consolação, a devoção
surgiu, de acordo com a piedosa tradição, quando Santa Mônica, muito desolada
com a morte de seu marido e com os descaminhos de seu filho Agostinho, eis que
lhe apareceu a Virgem Maria, vestida de negro e trazendo uma correia.
Mandou-lhe que se vestisse desta maneira e entregou-lhe a correia,
garantindo-lhe a conversão de seu filho. Ele e seus companheiros deveriam
vestir-se assim em memória da paixão de Jesus e usar a correia em homenagem a
ela.
Bem mais tarde, surgiram na Ordem
Agostiniana as Confrarias de Nossa Senhora da Consolação e Correia e de Santa
Mônica e Santo Agostinho, unidas em 1575 numa grande Arquiconfraria. No Brasil,
a devoção começou a ser divulgada com a chegada dos Agostinianos em 1899.
O título de Maria como Nossa Senhora
da Consolação e Correia lembra ao católico a presença da mãe de Jesus na vida
da Igreja, trazendo alegria, paz e esperança a todos os que necessitam de
consolo, com carinho especial aos pobres, aflitos, doentes e marginalizados.
Ela recorda a missão de seu Filho, que foi sensível à dor e ao sofrimento, e
que veio ao mundo para libertar o ser humano de toda espécie de mal, do pecado.
Ao trazer nos braços o Menino Jesus,
Maria apresenta a única consolação que salva realmente o mundo: O Príncipe da
Paz, o Cristo, filho de Deus e libertador, “Luz do alto, que vem iluminar” a
humanidade, oferecendo um novo caminho de solidariedade e de fraternidade.
A festa de Nossa Senhora da
Consolação e Correia é móvel, sempre celebrada no 1º domingo após o dia 28 de
agosto, dia de Santo Agostinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário