domingo, 6 de março de 2016

16 - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Consolação e Correia – Santo Agostinho – Belo Horizonte - MG – Arquidiocese de Belo Horizonte – MG





Esta igreja matriz está situada na Rua Bernardo Guimarães, 2700.
Por volta do ano de 1960, os frades agostinianos, solicitaram ao, então, senhor arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom João Rezende Costa, que se implantasse uma nova paróquia na capital, objetivando ampliar o raio de seus serviços, espirituais e sociais. Dessa forma, em 31/12/1960, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, no bairro Santo Agostinho, tendo como primeiro pároco, o Frei Guilherme Rubio.
A devoção a Maria com o título de Nossa Senhora da Consolação e Correia surge nos primórdios do cristianismo: na Judéia era costume que as mulheres, desde pequenas, andassem cingidas com uma correia, como símbolo de pureza. A Santíssima Virgem, como toda judia, também usou a correia durante toda sua vida, sendo com a mesma enterrada. Para mostrar aos fiéis quanto lhe é grata a devoção à sagrada correia, a Mãe de Deus tem-se manifestado por diversas maneiras e realizado inúmeros prodígios. Por ocasião de sua morte, narra a tradição, achavam-se, reunidos junto dela, e receberam as suas últimas palavras e despedidas, todos os apóstolos, exceto São Tomé, que, estando muito longe, chegara três dias depois. Estando sepultada a Santíssima Virgem, ficou ele tristíssimo e teve grande desejo de vê-la ainda uma vez. Os apóstolos, que ainda velavam o sepulcro, removeram a pedra que o fechava, para atender ao seu pedido. Com espanto geral, viram que o corpo de Nossa Senhora não se achava ali, encontrando-se apenas suas vestes e a correia no meio de rosas que exalavam suave perfume. O apóstolo Tomé venerou com muito respeito as relíquias, que ficaram guardadas na mesma sepultura. Por devoção, e como lembrança da Santíssima Virgem, usou, desde aquele dia, uma correia e com ela realizou extraordinários prodígios.
Passados muitos anos, um novo acontecimento veio acentuar a fama da santa correia: Juvenal, patriarca de Jerusalém, encontrou, no sepulcro da Santíssima Virgem, sua correia, e a Imperatriz Santa Pulquéria a fez transportar para Constantinopla, colocando-a numa igreja de Nossa Senhora, construída para este fim. A piedade da princesa contribuiu para que se aumentasse a devoção à correia de Nossa Senhora entre os fiéis da igreja grega, na qual se estabeleceu a festa de sua Invenção e outra, da sua Trasladação. Este culto continuou por muito tempo, pois, São Germano, Patriarca de Constantinopla, pelos anos 720, escreveu e pronunciou diversos sermões em honra da correia de Maria, citando vários milagres sucedidos pelo seu uso. Num dos sermões, diz o seguinte: “Não é possível olhar nossa venerável Correia, ó Santíssima Virgem, sem sentir-se cheio de gozo e penetrado de devoção.”O Monge Eutimio, que viveu pelos anos de 1098, pregando sobre ela, dizia: Nós veneramos a santa correia, vêmo-la conservar-se inteira depois de novecentos anos: cremos que, de fato, a Rainha do Céu cingiu-se com ela.
Como mãe da Consolação, a devoção surgiu, de acordo com a piedosa tradição, quando Santa Mônica, muito desolada com a morte de seu marido e com os descaminhos de seu filho Agostinho, eis que lhe apareceu a Virgem Maria, vestida de negro e trazendo uma correia. Mandou-lhe que se vestisse desta maneira e entregou-lhe a correia, garantindo-lhe a conversão de seu filho. Ele e seus companheiros deveriam vestir-se assim em memória da paixão de Jesus e usar a correia em homenagem a ela.
Bem mais tarde, surgiram na Ordem Agostiniana as Confrarias de Nossa Senhora da Consolação e Correia e de Santa Mônica e Santo Agostinho, unidas em 1575 numa grande Arquiconfraria. No Brasil, a devoção começou a ser divulgada com a chegada dos Agostinianos em 1899.
O título de Maria como Nossa Senhora da Consolação e Correia lembra ao católico a presença da mãe de Jesus na vida da Igreja, trazendo alegria, paz e esperança a todos os que necessitam de consolo, com carinho especial aos pobres, aflitos, doentes e marginalizados. Ela recorda a missão de seu Filho, que foi sensível à dor e ao sofrimento, e que veio ao mundo para libertar o ser humano de toda espécie de mal, do pecado.
Ao trazer nos braços o Menino Jesus, Maria apresenta a única consolação que salva realmente o mundo: O Príncipe da Paz, o Cristo, filho de Deus e libertador, “Luz do alto, que vem iluminar” a humanidade, oferecendo um novo caminho de solidariedade e de fraternidade.
A festa de Nossa Senhora da Consolação e Correia é móvel, sempre celebrada no 1º domingo após o dia 28 de agosto, dia de Santo Agostinho.

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